A Universidade Federal do Pará (UFPA), reconhecida como referência na América Latina em produção científica sobre biodiversidade, se prepara para desempenhar um papel central na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá no Brasil em 2025. A instituição está organizando sua participação ativa no evento e anunciou o lançamento do “Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30”. Com isso, reivindica não apenas ser reconhecida como espaço de produção de conhecimento, mas que seja estabelecida uma ponte entre conhecimento científico e os saberes tradicionais, valorizando a diversidade da região e assegurando que o conhecimento produzido na Amazônia seja considerado na formulação de políticas ambientais globais.
O movimento tem como objetivo consolidar, sistematizar, expandir e divulgar iniciativas científicas e socioambientais já desenvolvidas pela comunidade universitária. Além disso, busca fortalecer o diálogo com diferentes grupos sociais, movimentos populares e instituições da Amazônia, garantindo que as particularidades da região sejam incorporadas às soluções globais discutidas na conferência.
Para o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, é fundamental garantir que as vozes amazônicas sejam ouvidas e respeitadas. “A universidade quer se colocar à disposição da sociedade paraense, amazônida e brasileira para contribuir na construção da COP30. É essencial unir a ciência aos saberes dos movimentos sociais, quilombolas, indígenas e ribeirinhos para debater novas perspectivas sobre o clima, as florestas e os povos da região”, afirmou. Ele reforçou ainda o papel da universidade como mediadora desse diálogo e destacou que a COP precisa abrir espaço para uma escuta ampla e qualificada.
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), José Daniel Diniz Melo, também enfatizou a importância da COP30 como uma oportunidade para reafirmar o compromisso do Brasil com a sustentabilidade. “A realização da COP no Pará é uma grande oportunidade para que o país reforce seu papel de liderança no enfrentamento das mudanças climáticas, valorizando tanto o conhecimento tecnológico quanto os saberes tradicionais”, pontuou.
A reitora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e coordenadora do diretório da Andifes na região Norte, Marília Pimentel, destacou a relevância de incluir a Amazônia no centro das discussões. “Espero que nossas discussões sejam profícuas e que possamos, a partir da ciência e das vozes locais, avançar no desafio das mudanças climáticas”, afirmou.
Em dezembro de 2024, a UFPA instituiu a Comissão Executiva da COP30, composta por cinco professores de diferentes áreas do conhecimento: Antônio Maués, Flávio Barros, Izabela Jatene, Leandro Juen e Maria Ataíde Malcher.
A professora Izabela Jatene, membro da Comissão Executiva, ressaltou a importância da mobilização científica e social para a conferência. “Este evento representa o início de uma mobilização ampla e contínua para garantir que a ciência amazônica esteja no centro das discussões climáticas globais”, destacou.
Com a recente nomeação do presidente da COP30, a UFPA e outras instituições da região reforçam a necessidade de garantir protagonismo à Amazônia no evento.
Com informações da UFPA e Andifes.