Ao menos 13 das das 51 reuniões agendas para ser realizadas pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais não foram realizadas. A falta de quórum tem travado a análise de diversos projetos, incluindo o que altera o Código Brasileiro de Aeronáutica para permitir o transporte aéreo doméstico por empresas estrangeiras na Amazônia Legal.
Aguardando revisão pela comissão após ser analisado no Senado, a tramitação do projeto de lei (PL) 4715/2023 que busca essa mudança segue sem previsão de avanço na Câmara dos Deputados. Apensado ao PL 1007/2024, o texto aguarda parecer do relator na Comissão, mas enfrenta dificuldades devido à instabilidade nas reuniões do colegiado.
De autoria do senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o projeto chegou à comissão em junho de 2024 e propõe a flexibilização das regras atuais para facilitar o deslocamento de passageiros e cargas na região amazônica, onde a malha aérea enfrenta dificuldades estruturais. A medida, no entanto, encontra resistência de setores que temem impactos na aviação nacional e possíveis consequências para a soberania econômica e territorial do país.
A tramitação do PL esbarra em uma série de desafios políticos e administrativos. A Comissão tem enfrentado dificuldades para realizar suas reuniões devido à falta de quórum, o que já resultou no cancelamento ou adiamento de diversas deliberações, inclusive para aquela agendada para a última terça-feira (01/04). O cenário reforça a incerteza sobre o futuro do projeto e gera preocupações entre especialistas e representantes da aviação.
Leia mais:
Defensores da proposta alegam que a participação de empresas estrangeiras pode reduzir os custos das passagens aéreas e ampliar a oferta de voos, beneficiando populações isoladas. Já os críticos alertam para a possibilidade de concorrência desleal com companhias nacionais e a dependência de empresas internacionais para um serviço estratégico.
Com o ritmo lento de discussões na comissão, a análise do PL segue sem previsão de conclusão, aumentando a pressão de parlamentares e setores interessados na regulamentação da aviação na Amazônia Legal. Talvez haja avanços com a presidência da recém-empossada deputada federal Dandara (PT/MG)