Daqui a um mês, petistas lembrarão que, há 45 anos, a Ditadura Militar prendeu Lula, solto para ir ao enterro da mãe, dona Lindu

O episódio foi marcado pela imensa presença de Marisa Letícia, esposa de Lula, importante e simbólica. Durante o período de detenção de Lula, Marisa Letícia desempenhou um papel fundamental no apoio à sua família e na organização da resistência política. Ela foi uma figura central em momentos de adversidade, por exemplo, como quando Lula recebeu a notícia da morte de sua mãe, Dona Lindu.
Foto: acervo Perseu Abramo/Lula

No próximo dia 19 de abril, completarão 45 anos desde a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Ditadura Militar. O episódio, ocorrido em 19 de abril de 1980, é relembrado por petistas e setores da esquerda como um símbolo da repressão política imposta pelo regime que governou o Brasil entre 1964 e 1985. O episódio foi marcado pela revelação da então “primeira-companheira” de Lula no Partido dos Trabalhadores (PT), sua esposa Marisa Letícia, que costurou a primeira estrela numa bandeira, que seria a do PT, sem qualquer black-tie.

Lula, que na época era líder sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, foi detido pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) durante uma grande greve dos metalúrgicos no ABC Paulista. A paralisação, uma das maiores do período, representava um desafio direto à política econômica e repressiva do governo militar.

Durante seu período de detenção, Lula recebeu a notícia da morte de sua mãe, Eurídice Ferreira de Mello, conhecida como Dona Lindu, em 8 de maio de 1980. O velório aconteceu no mesmo dia, e o enterro foi realizado em 9 de maio. Após pressão, o então sindicalista foi autorizado a deixar temporariamente a prisão em 10 de maio para comparecer ao velório e ao enterro, mas sob escolta policial e com tempo limitado para se despedir da mãe.

O episódio foi marcado pela imensa presença de Marisa Letícia, esposa de Lula, importante e simbólica. Durante o período de detenção de Lula, Marisa Letícia desempenhou um papel fundamental no apoio à sua família e na organização da resistência política. Ela foi uma figura central em momentos de adversidade, por exemplo, como quando Lula recebeu a notícia da morte de sua mãe, Dona Lindu.

Marisa Letícia, que sempre foi uma figura discreta, mas de grande força e dedicação, estava ao lado de Lula nos momentos mais difíceis. Sua presença no velório e no enterro de Dona Lindu, com toda a carga emocional e a pressão do momento, reflete o apoio incondicional de Marisa Letícia a Lula, mesmo em um cenário de repressão e perseguição política.

Esse episódio não só marcou a trajetória de Lula, mas também se tornou um símbolo da parceria e da solidariedade entre o casal, que, ao longo dos anos, enfrentaria muitos desafios juntos. O apoio de Marisa Letícia foi crucial para Lula durante os anos de sua militância, tanto nas dificuldades da prisão quanto na sua ascensão política, e sua memória continua viva em momentos como este, onde a história da resistência à Ditadura Militar e a luta pela democracia são relembradas.

A prisão de Lula e de outros sindicalistas foi denunciada por organizações internacionais como um ataque à liberdade de expressão e aos direitos dos trabalhadores. O episódio também fortaleceu a oposição ao regime e impulsionou a mobilização por redemocratização no Brasil, que culminaria na campanha das Diretas Já alguns anos depois.

Com a proximidade do aniversário da prisão, lideranças do Partido dos Trabalhadores e apoiadores de Lula devem relembrar o caso como um marco na trajetória política do atual presidente. O episódio será utilizado para reforçar a narrativa de que a Ditadura Militar perseguiu lideranças populares e movimentos sociais, buscando conter qualquer forma de organização contrária ao regime, dando substancial importância à anistia política e suas responsabilidades.

Além das redes sociais, é esperado que o tema seja abordado em eventos e declarações públicas de figuras ligadas ao PT e a movimentos sindicais, destacando a importância da resistência à repressão e a luta pela democracia no Brasil.

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