Com mais de 3,5 mil propostas apresentadas, Amom Mandel segue isolado na Câmara dos Deputados

Com 288.555 votos, Amom Mandel (Cidadania-AM) foi o deputado federal mais votado do Amazonas em 2022 e um dos mais votados proporcionalmente do país. Jovem, popular nas redes sociais e associado a pautas como transparência, tecnologia e ética pública, chegou à Câmara dos Deputados sob alta expectativa de renovação. Apesar disso, sua atuação tem sido marcada por discrição em comparação aos demais parlamentares da bancada amazonense.
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Com 288.555 votos, Amom Mandel (Cidadania-AM) foi o deputado federal mais votado do Amazonas em 2022 e um dos mais votados proporcionalmente do país. Jovem, popular nas redes sociais e associado a pautas como transparência, tecnologia e ética pública, chegou à Câmara dos Deputados sob alta expectativa de renovação. Apesar disso, sua atuação tem sido marcada por discrição em comparação aos demais parlamentares da bancada amazonense.

Entre 2023 e o primeiro semestre de 2025, Amom apresentou 3.551 propostas legislativas, sendo 886 em 2023, 1.669 em 2024 e 996 em 2025 (até junho). No entanto, quando se observa sua atuação como relator, os números são bem mais modestos: analisou e relatou apenas sete projetos em 2023, 18 em 2024 e 16 neste ano. Com foco em temas técnicos — como dados pessoais, governança digital, prevenção de desastres e acessibilidade —, Amom se mantém distante das principais disputas políticas do Congresso e das agendas regionais prioritárias para o Amazonas.

A comparação com outros deputados da bancada evidencia esse contraste. Adail Filho (Republicanos), mesmo sob críticas por repasses federais a Coari — governada por seu pai —, já garantiu mais de R$ 100 milhões em recursos federais para o município. Ele usa o mandato como plataforma de articulação direta, mantendo vínculo ativo com sua base eleitoral.

Sidney Leite (PSD), veterano e figura central da bancada, foi relator de 32 proposições apenas em 2025 e protagoniza debates sobre temas estruturantes, como a BR-319, a reforma tributária e o desenvolvimento regional.

Fausto Jr. (União Brasil), eleito com 87.876 votos — o menos votado da bancada —, compõe o Conselho de Ética da Câmara. Foi relator do processo que resultou na suspensão do deputado federal André Janones (Avante-MG), por declarações institucionais consideradas homofóbicas contra Nikolas Ferreira.

Capitão Alberto Neto (PL) tem atuação mais ideológica, com foco em segurança pública e defesa do armamento civil, mantendo interlocução sólida com a base conservadora da Câmara.

Silas Câmara (Republicanos), em seu oitavo mandato, é referência nas frentes evangélicas do Congresso e segue influente na destinação de emendas e no apoio a pautas religiosas.

Átila Lins (PSD), o decano da Casa, se mantém ativo em comissões e relatorias técnicas, sendo reconhecido pela longevidade e estabilidade política.

Já Pauderney Avelino (União Brasil), que ocupa mandato como suplente, continua sendo uma referência pelo histórico combativo. Ex-líder partidário do PFL, é atualmente membro titular da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação 2024–2034 (PL 2614/24), mantendo postura oposta à de Amom: atuação intensa, marcada por articulações e protagonismo político.

COM RDA.

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