O programa Capacita COP 30, criado pelo Governo do Pará com o objetivo de qualificar a mão de obra local para atender aos participantes da Conferência Climática da ONU, que acontecerá em Belém no próximo mês de novembro, ultrapassou a marca de 10 mil beneficiados. O programa oferece cursos preparatórios gratuitos em áreas como turismo, produção de alimentos, infraestrutura e segurança, com foco na capacitação de estudantes para as demandas do evento.
“A COP 30 não é apenas sobre a construção de espaços, como o Parque da Cidade, que sediará o evento. A nossa preocupação sempre foi envolver a população do Estado, criando um legado imaterial que eleve a qualificação da mão de obra local. Isso permitirá o desenvolvimento de novas atividades econômicas ligadas ao setor de serviços, gerando alternativas de emprego e renda para a população, mesmo após o evento”, declarou a vice-governadora do Pará e presidente do Comitê Estadual para a COP 30, Hana Ghassan.
Capacita COP30 busca qualificação de jovens
Até o momento, 10.229 pessoas já foram capacitadas pelo Capacita COP30, um marco significativo, considerando que o Capacita COP 30 é descrito como o maior programa de qualificação profissional já oferecido pelo Estado. Para o coordenador do programa, o sucesso tem sido a resposta positiva da população, que vê no evento uma chance de melhorar suas perspectivas de carreira, especialmente nas áreas de turismo, hospitalidade, lazer, segurança e gastronomia — um setor no qual o Pará já possui reconhecimento nacional.
No entanto, o verdadeiro legado do programa só será conhecido a longo prazo. O impacto do aumento na qualificação profissional será mediado pela capacidade do Estado em manter as novas oportunidades de emprego e desenvolver os setores que foram impulsionados durante a preparação para a COP30. A meta do governo é qualificar 22 mil pessoas até o evento, mas será necessário garantir que o mercado de trabalho absorva esses profissionais após o evento, para que o legado não se resuma a uma oportunidade temporária.
Entre os 67 cursos oferecidos, a maior procura tem sido pelos de idiomas, especialmente inglês e espanhol. De acordo com os coordenadores, muitos profissionais, como garçons e trabalhadores da área de alimentos, estão buscando aperfeiçoar suas habilidades linguísticas, complementando suas formações para atuar de forma mais qualificada no atendimento ao público internacional durante a conferência.
Andresa de Menezes, uma das beneficiadas, destaca o impacto positivo da qualificação em suas perspectivas de negócios. “Com certeza vai dar para faturar ainda mais na COP. Estamos esperando a oportunidade para mostrar o que aprendemos e o que o Governo nos ofereceu”, comemora.
Apesar da empolgação local, resta saber se as mudanças no mercado de trabalho terão uma continuidade sustentável ou se a qualificação gerada será aproveitada apenas durante o evento, sem um impacto duradouro na economia do estado.